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A limitação como forma de aprendizado

Eu não gosto muito de justificar certas escolhas que faço mas talvez exista algo para se aproveitar aqui.

Não é novidade para pessoas próximas a mim do meu apreço pela retro-computação ou por coisas obsoletas. Muitas não veem graça em tal hobbie e eu as entendo. Mas minha admiração vai além da tradicional nostalgia, que é a justificava da maioria, até porque eu sequer existia na época que muitas destas tecnologias estavam disponíveis.

A meu ver, uma das graças da retro-computação está justamente na limitação de tais máquinas e nas consequências disso, sejam nas frustrações ou em uma certa magia…

A magia pode estar em criar acessórios que permitam conectar à internet tais máquinas através de conexões WIFI ou que permita utilizar um cartão SD como disco rígido, criar novos jogos aproveitando o máximo que o hardware daquela máquina pode oferecer e por aí vai.

A limitação é um ótimo meio de aprendizado e exercitar a paciência. Escrever um artigo em um laptop do início dos anos 90 com uma resolução totalmente diferente, faltando caracteres tradicionais e depois transferi-la para uma máquina moderna por meio de magia negra, ou simplesmente portar e criar novos softwares para algumas dessas máquinas que foram largadas no tempo por seus fabricantes, que é o que eu gosto de fazer. Dessa forma você tira proveito dessas limitações e aprende diversas coisas que vão desde arquitetura de hardware e até melhora seu conhecimento de programação em C, por exemplo. É como se eu matasse dois coelhos com uma só cajadada.

Isso não foge muito de como eu passei a me interessar por programação e Linux na infância, quando eu tinha uma máquina que para aquela época era uma piada, e então eu procurava alternativas de softwares que não fizessem minha máquina gritar de dor, conhecendo assim o Linux e criando ou contribuindo com projetos de softwares livres.